quinta-feira, 24 de outubro de 2013

4 Atitudes essenciais para seu coração bater feliz.

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Comer direito, manter o peso, fazer exercícios e abandonar o cigarro. Uma nova pesquisa diz que essas são as medidas mais importantes para proteger seu coração.

Não é de hoje que se sabe o quanto o estilo de vida conta pontos quando o assunto é a saúde cardiovascular. De olho no impacto dos hábitos sobre o estado das artérias, um grande estudo, publicado no periódico científico American Journal of Epidemiology, acaba de reforçar essa tese. Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, lideraram o trabalho que avaliou dados de 6.229 adultos durante quase uma década. Com base nisso, os cientistas puderam eleger quatro atitudes aliadas na prevenção de infartos e outras complicações cardiovasculares. O Sinta seu Coração convidou o cardiologista Ricardo Pavanello, diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, a Socesp, para comentar os achados. Entenda por que vale a pena incorporar esses hábitos na rotina.
Dieta equilibrada

Abrir espaço no cardápio para hortaliças, frutas, grãos integrais, peixes e azeite, bem ao estilo da festejada dieta do Mediterrâneo, é a receita perfeita para blindar o coração. “Infelizmente as pessoas cometem diversos deslizes em relação à dieta”, lamenta o médico. Entre os equívocos mais comuns está o de exagerar no consumo de carboidratos simples, caso dos doces, imaginando que esses ingredientes não interferem com as artérias. “O excesso pode fazer subir as taxas de triglicérides”, justifica. E esse mecanismo, por sua vez, está intimamente ligado ao aumento do risco cardiovascular.

Manter o peso

O acúmulo de quilos extras, que leva o indivíduo a caminho da obesidade, está relacionado à hipertensão arterial e à elevação dos níveis de colesterol, uma dupla que faz o peito sofrer com o passar dos anos. Pior do que o excesso de peso em si é o tamanho da barriga. Quando há muita gordura na região abdominal ocorre um aumento na produção de substâncias inflamatórias que fazem mal aos vasos. Mas, eis a boa notícia, basta um leve despencar do ponteiro da balança para o coração bater mais livre de ameaças.


Atividade Física
Espantar o sedentarismo, seja caminhando, correndo ou praticando outros tipos de esporte, favorece a produção de substâncias do bem-estar, caso das endorfinas e isso dá uma chega-pra-lá no estresse — outro fator de risco cardíaco. Sem contar que quem faz ginástica costuma ficar com o peso em dia. “A recomendação é de se exercitar no mínimo três vezes por semana”, lembra Pavanello. Afinal, atividade física regular significa também maior controle sobre o colesterol e a pressão.
Evitar o cigarro

Os estudiosos americanos acreditam que dizer não ao tabagismo é a atitude mais sábia em prol do coração. “O cigarro aumenta a frequência cardíaca e favorece a contração dos vasos”, enumera Pavanello. É uma conspiração para a pressão arterial subir, portanto. Aliás, se a mulher toma anticoncepcional, a combinação com o tabaco se torna ainda mais perigosa, porque precipita a formação de coágulos capazes de provocar, entre outros males, acidentes vasculares cerebrais.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Fitosteróis e Saúde Cardiovascular.

                        

As doenças cardiovasculares são as principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo. Já está bem estabelecido que mudanças no estilo de vida, incluindo hábitos alimentares saudáveis, exercem um papel fundamental na prevenção e tratamento dessas doenças. Nesse sentido tem sido estudada a eficácia do consumo de fitoesteróis sobre a promoção da saúde cardiovascular.
Os fitoesteróis, compostos naturais encontrados em óleos vegetais, frutas, legumes e         cereais são estruturalmente similares ao colesterol e são considerados seguros e eficazes para beneficiar a saúde cardiovascular. Um dos mecanismos propostos para explicar essa relação é a redução do nível sanguíneo de colesterol total pelo fato dos fitoesteróis competirem com a absorção do colesterol da luz intestinal.
A hipercolesterolemia, mas principalmente a concentração elevada de lipoproteína de baixa densidade (LDL), é um dos fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Assim, reduzir a concentração plasmática de LDL se torna importante para diminuir o risco do desenvolvimento de aterosclerose e doenças cardiovasculares.
A eficácia do uso de fitoesteróis é reconhecida atualmente por entidades nacionais e internacionais, como a Sociedade Brasileira de Cardiologia, que recomenda a ingestão de 2 g/dia de fitosteróis para a redução média de 10-15% do LDL. Segundo a referida Sociedade, uma dieta balanceada com quantidades adequadas de vegetais fornece aproximadamente 200 a 400 mg de fitosteróis. Por isso, dependendo da quantidade desse composto consumido na alimentação, a suplementação pode complementar a necessidade diária recomendada.
Assim, conclui-se que associar o consumo de fitoesteróis a uma dieta equilibrada e estilo de vida adequado pode oferecer um complemento eficaz para promover a saúde cardiovascular.

Fonte: Nutritotal

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Aterosclerose - Uma doença silenciosa.

Você já parou para pensar sobre o estilo de vida que você tem? Se você, após a sua avaliação, chegou a conclusão que não faz exercício regular por falta de tempo, não se alimenta bem por que chega em casa cansado e opta por comer qualquer coisa prática, no trabalho o estresse é maior que a satisfação, dorme pouco por que trabalha até tarde e acorda cedo para voltar ao trabalho... É a situação não está boa e a sua saúde vai mal, veja porque.
Na maioria das doenças cardiovasculares, a melhor forma de prevenção é manter uma rotina que inclua exercícios físicos regulares, alimentação balanceada e com baixo consumo de gorduras e sal, além do controle dos fatores de risco para doenças como obesidade, diabetes, hipertensão e colesterol e evitar o consumo exagerado de álcool e cigarro.
A aterosclerose é uma doença perigosa, pois muitas vezes a evolução é silenciosa. Algumas pessoas só descobrem a formação de placas de gordura quando uma artéria é obstruída completamente e o paciente precisa ser atendimento imediatamente. São as situações de infartos, derrames e até morte súbita.
A aterosclerose é a formação de placas de gordura, cálcio e outros elementos na parede das artérias do coração e suas ramificações de forma difusa ou localizada. Ela se caracteriza pelo estreitamento e enrijecimento das artérias devido ao acúmulo de gordura em suas paredes, conhecido como ateroma.O consumo excessivo de alimentos industrializados, bebidas alcoólicas e cigarro, a falta de atividades físicas e o excesso de peso modificam o LDL (lipoproteína de baixa densidade, o "mau colesterol"), agredindo os vasos sanguíneos e gradativamente levando ao entupimento das artérias. Com o passar dos anos, o diâmetro do vaso diminui, podendo chegar à obstrução completa, restringindo o fluxo sanguíneo na região.Com isso, o coração recebe uma quantidade menor de oxigênio e nutrientes, tendo suas funções comprometidas. Essa complicação é a causa de diversas doenças cardiovasculares, como infarto, morte súbita e acidentes vasculares cerebrais.Na maioria das vezes, a aterosclerose está relacionada aos fatores de risco tradicionais, como pressão alta, diabetes,colesterol elevado, tabagismo e obesidade.Pequena parte é de causa hereditária. Existem algumas alterações, como a hipercolesterolemia familiar, em que indivíduos da mesma família têm o colesterol elevado desde jovens, mas são menos frequentes. Nesses casos, o acompanhamento médico é indispensável para detectar o acúmulo das placas de gordura precocemente.Os sintomas mais frequentes são: dores no peito (peso, aperto, queimação ou até pontadas), falta de ar, sudorese, palpitações refletindo arritmias e fadiga.
A forma mais indicada de tratar a aterosclerose é retirar as placas de gordura e curar as lesões que ficam no local. A retirada pode ser feita por métodos invasivos, como o cateterismo e a angioplastia, e a ingestão de medicamentos. A adoção de hábitos saudáveis também é fundamental para o controle da doença.
Reveja seu estilo de vida e cuide bem da sua saúde. Nada é mais importante do que ela.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Dislipidemia infantil, mude essa história.

Diagnosticar e tratar precocemente dislipidemias na infância e adolescência significa evitar doenças cardiovasculares no futuro. O depósito de lipídios na parede das artérias pode iniciar-se na infância,  formando acúmulos lineares de gorduras que vão progredindo, levando ao espessamento e à fibrose da parede da artéria no adulto.
As dislipidemias podem ser causadas por alterações genéticas que alteram a síntese e degradação de lipoproteínas, por erros alimentares, doenças associadas ou por uso de medicamentos que alterem o perfil lipídico
O Consenso Americano, NCEP (National Cholesterol Education Program) Child Treatment Panel, recomenda a avaliação do perfil lipídico em populações pediátricas de alto risco, que são crianças com pais ou avós portadores de DCV (doença cardiovascular) antes dos 55 anos de idade, pais com colesterol plasmático acima de 240 mg/dl,  além de outros fatores de risco para DCV como obesidade, diabetes mellitus e hipertensão arterial
De todos esses fatores para predisposição a dislipidemias, a obesidade infantil é a mais preocupante. O aumento da gordura corporal em crianças está principalmente associada aos frequentes erros alimentares, aumentando cada vez mais o número de casos de crianças obesas e dislipidêmicas.
Diante do aumento nas taxas de obesidade infantil e de suas complicações associadas, a Kaiser Permanente, maior organização de programas de saúde e cuidados dos Estados Unidos, lançou um game online ("The Incredible Adventures of the Amazing Food Detective") para ensinar crianças dicas de como se alimentar melhor. Mas em vez de manter as crianças diante do computador por horas, o jogo interrompe as partidas 20 minutos depois de iniciadas, como uma forma de estimular as crianças a se movimentarem. 
Para mudar esse contexto é muito simples, basta optar por um habito alimentar mais saudável, praticar exercícios regulares, ficar menos tempo em frente a TV e se divertir!

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

ENTENDENDO MELHOR AS GORDURAS: BENEFÍCIOS E DANOS À SAÚDE.


Muito se tem lido e ouvido falar sobre o colesterol, gorduras saturadas, gorduras trans, e os potenciais danos que o aumento destes compostos no sangue podem trazer à saúde. Esse interesse, crescente nos últimos anos, se explica pelo aumento da incidência das doenças vasculares, especialmente doença cardíaca (infarto, hipertensão, aterosclerose) e acidente vascular cerebral (AVC ou derrame), que representam uma das principais causas de morte no mundo, e a associação destes eventos com a quantidade de gordura no sangue. Essa associação foi estabelecida por vários estudos epidemiológicos em que o nível de colesterol elevado (acima de 200 mg/dL) se relaciona com maior risco de doença cardíaca e aterosclerose.
Mas quais são estes compostos e como eles podem prejudicar a saúde do indivíduo?
Lipídios ou gorduras – o que são? Estas são as denominações gerais para um grupo heterogêneo de compostos que são muito pouco solúveis na água.
Benefícios dos lipídios ao organismo – Estes compostos cumprem várias funções importantes para o organismo, dentre elas fazer parte da estrutura de todas as células do organismo, ser o maior meio de estocar nutrientes, funcionando como reserva de energia, ser os precursores de hormônios (como testosterona, estradiol, progesterona e muitos mais), de vitaminas e da bile, atuam como protetores de órgãos vitais e são importantes para o isolamento térmico. Por essas razões, as gorduras são indispensáveis para o organismo.
TIPOS DE GORDURAS
Lipidios simples – são os triglicerídeos que têm em sua composição os ácidos graxos. Os trigliceridios constituem a principal forma de armazenamento de gorduras nas células adiposas.
Lipídios compostos – São os fosfolipídeos, os glicolipídeos, a lecitina e as lipoproteínas.
Lipídios derivados – O colesterol é o mais conhecido (é formado a partir dos lipídeos simples e compostos. existindo em todos os tecidos dos animais)
Os ácidos graxos podem ser insaturados ou saturados.
A denominação saturado e insaturado se deve aos tipos de ligação entre os átomos de carbono. Um ácido graxo saturado contém somente ligações simples entre os seus átomos de carbono. Os ácidos graxos insaturados possuem ligações duplas. Como os triglicerídeos (e também o colesterol) não são solúveis em água eles não circulam livremente no sangue. Por este motivo, eles são transportados pelo sangue ligados à proteínas, formando complexos de lipoproteínas. Além dos triglicerídeos, outros lipídeos como colesterol e fosfolipídeos também são transportados no sangue ligados a proteínas como lipoproteínas.
Existem quatro classes de lipoproteínas separadas de acordo com a sua densidade (proporção entre lipídeo e proteína): os quilomicrons, as lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL sigla do inglês very low-density lipoproteins), as lipoproteínas de baixa densidade ou colesterol "ruim" (LDL sigla do inglês low-density lipoproteins) e as lipoproteínas de alta densidade ou colesterol "bom" (HDL sigla do inglês de high density lipoprotein).
Destas lipoproteínas, os quilomícrons e as VLDL são as quantitativamente mais importantes para o transporte de triglicerídeos e o LDL e HDL são mais importantes para o transporte de colesterol. Os quilomicrons são formados no intestino e contêm 85% de triglicerídios originados da dieta. As VLDL são formadas no fígado a partir das gorduras, dos carboidratos, do álcool e do colesterol e contêm o maior percentual de lipídios dentre as lipoproteínas (95%). A degradação das VLDL no fígado produz as LDL que carregam normalmente de 60 a 80% do colesterol do sangue. O fígado e o intestino delgado produzem as HDL que possuem o mais alto percentual de proteína (50%) e a menor quantidade de lipídeos.
O COLESTEROL
O colesterol origina-se por meio da dieta (colesterol exógeno) ou pela síntese celular (colesterol endógeno), esta produção pode ocorrer por quase todas as células dos mamíferos, com o fígado sendo o responsável por 10 a 20% da síntese. Todo o colesterol da dieta é de origem animal (carnes, laticíneos, ovos, etc.). Mesmo com uma dieta isenta de colesterol, serão formados endógenamente de 0,5 a 2,0 g por dia deste composto. A síntese do colesterol endógeno pelo fígado é facilitada por uma dieta rica em ácidos graxos saturados. A maior parte do colesterol da dieta e do colesterol sintetizado endogenamente é convertida em ácidos biliares e excretada nas fezes.
Por que o colesterol faz mal?
O colesterol não faz mal à saúde. Pelo contrário, o colesterol é importante para o funcionamento normal do organismo. O que faz mal à saúde é o excesso de colesterol. O conteúdo total de colesterol no corpo gira em torno de 140 g, dos quais 120 g está presente nas membranas das células e há evidências científicas que um aumento na concentração plasmática de colesterol produz um aumento do colesterol nessas membranas. Nas plaquetas (um tipo especial de célula sanguínea responsável pela coagulação do sangue), este efeito provoca o aumento de uma substância chamada troboxano-A2 (substância que favorece a agregação das plaquetas), com a formação de trombos que obstruem os vasos sanguíneos. Este é um dos fatores que relaciona o colesterol elevado no plasma com o aumento da incidência de doença cardíaca.
O aumento do colesterol no sangue que exceda às necessidades do organismo, produz um processo degenerativo nas artérias chamado de aterosclerose. Há uma deposição de colesterol na parede das artérias formando placas que causam o enrijecimento e estreitamento com eventual fechamento do vaso sanguineo, o que leva a um menor aporte de sangue para as células, que acabam morrendo. Este efeito nos vasos sanguíneos do coração e do cérebro provoca infarto e derrame (acidente vascular cerebral – AVC).
Por que o LDL é chamado de colesterol "ruim"?
Como vimos, a LDL é a lipoproteína que carrega a maior parte do colesterol do sangue (60 a 80%). O papel das LDL é transportar o colesterol para os tecidos periféricos, onde irá exercer as suas funções indispensáveis de participar da síntese de componentes celulares e hormônios. Dessa forma as LDL distribuem o colesterol até as células, inclusive as células que formam a parede das artérias. Uma determinada quantidade de LDL-colesterol é fundamental para o bom funcionamento do organismo. O LDL-colesterol passa a ser prejudicial quando suas quantidades superam as necessidades do organismo. As LDL têm alta afinidade pelas células da parede das artérias, onde o excesso de LDL-colesterol sofrerá um processo químico chamado de oxidação: as LDL oxidadas são absorvidas por um tipo celular (macrófagos) que convertem-se em células espumosas e se depositam na parede das artérias, provocando lesões e estreitamentos, tendo como consequência a obstrução do fluxo de sangue.
Por que o HDL é chamado de colesterol "bom"?
As lipoproteínas HDL têm como principal função coletar o excesso de colesterol das células a levá-lo ao fígado, onde será metabolizado e excretado na bile sob a forma de sais biliares. Este processo é chamado de transporte reverso de colesterol e impede os danos que o excesso de lipídeos produz nas células, principalmente nas células dos vasos sanguíneos, onde o colesterol é retirado da parede das artérias pelas HDL. O resultado deste processo é uma redução da formação de placas ateroscleróticas. Numerosos estudos mostram que altos níveis de HDL são associados a uma menor incidência de doenças cardiovasculares.
O que é hiperlipidemia e dislipidemia e quais os níveis recomendados de Colesterol total, LDL e HDL?
Hiperlipidemia e dislipidemia são termos usados para caracterizar o aumento dos lipídeos no sangue (lembramos que eles estão sob a forma de lipoproteínas). Os níveis de lipídeos no sangue variam entre membros de diferentes populações, influenciados por fatores genéticos e da dieta/estilo de vida. O termo dislipidemia pode ser aplicado de forma mais específica para pacientes que apresentem alterações de HDL, LDL e triglicerídeos, porém possuam níveis de colesterol total normal.
Por que eu como pouca gordura e, mesmo assim, engordo?
Os ácidos graxos saturados e insaturados são formados rapidamente e em quantidades abundantes a partir de um composto chamado de acetil coenzima A (acetil-CoA). Qualquer substância capaz de produzir acetil-CoA é uma fonte potencial de átomos de carbono para a síntese de ácidos graxos. A glicose da dieta é uma fonte de acetil-Coa. Uma dieta equilibrada supre as necessidades fisiológicas de gorduras. No entanto, a ingestão de uma dieta com muito carboidrato irá estimular a síntese de ácidos graxos que irão ser estocados no tecido adiposo.
Por isso, podemos acumular gordura com uma dieta sem gordura, porém rica em carboidratos. Uma das principais funções da alimentação é fornecer energia para o funcionamento das células. Como vimos, esta energia está contida na ligação química dos compostos alimentares (proteínas, carboidratos e lipídeos) em diferentes densidades. O glicerol e os ácidos graxos provenientes das gorduras da dieta que não são imediatamente utilizados para produzir energia, eles são armazenados como triglicerídeos no tecido adiposo. Como os triglicerídeos podem ser formados a partir da acetil-CoA e a glicose da dieta é uma fonte de acetil-CoA - portanto facilmente convertida em gordura - o excesso de carboidrato que não é utilizado é armazenado sob a forma de gordura.
O tecido adiposo armazena energia sob a forma de gordura (a energia está contida nas ligações químicas da molécula do triglicerídeo) sendo a fonte de energia mais concentrada do organismo. Por conter pouca água, a gordura possui uma densidade energética maior. A gordura armazena 9 calorias de energia por grama (que é liberada quando ocorre sua metabolização), enquanto os carboidratos e proteínas armazenam 4 calorias por grama.
Quando ingerimos carboidratos e gorduras em quantidades maiores do que as necessárias, para fazer frente a nossa necessidade de energia, esse excesso de energia será armazenado sob a forma de gordura, aumentado o tecido adiposo. Como 1 grama de gordura armazena 9 calorias, se a pessoa quiser diminuir 1 quilo (1000g) do seu tecido adiposo, ela deve “gastar” 9000 calorias que estão armazenadas. Um programa de redução de peso deve, primeiramente, avaliar qual é o gasto energético basal da pessoa, que é o quanto a pessoa precisa de energia no seu dia-a-dia normal (um adulto sedentário utiliza em torno de 2500 calorias por dia). Ao ingerir menos do que esta necessidade, digamos 1500 calorias por dia, o organismo vai buscar no “estoque” do tecido adiposo as 1000 calorias que estão faltando para fazer frente ao metabolismo basal. Com esta restrição calórica imposta pela dieta, em 9 dias o indivíduo irá consumir 9000 calorias do estoque, o que corresponde a 1 quilo de tecido adiposo. A perda de peso será mais rápida se o gasto calórico basal for aumentado com um programa de atividade física.
Toda a gordura faz mal? E o ômega-3, o óleo de oliva, as gorduras trans?
Os efeitos dos diferentes tipos de gordura tem sido muito estudado nos últimos tempos. As recomendações atuais são de reduzir a ingestão de gordura, principalmente das gorduras saturadas, pois elas têm maior propensão de elevar o colesterol. A ingestão de alimentos com grande quantidade de colesterol irá aumentar o colesterol sanguíneo. Por outro lado, gorduras poli-insaturadas (PUFA, iniciais do inglês polyunsaturaded fatty acids), encontradas em óleos vegetais, têm menos efeitos danosos sobre os níveis de colesterol. Apesar disso, devido ao fato de se desconhecer o efeito a longo prazo do consumo de grandes quantidades desta gordura, recomenda-se que a ingestão deste tipo de gordura não ultrapasse 10% da ingestão calórica total. As gorduras poli-insaturadas (líquidas à temperatura ambiente), tê m sido modificadas pela hidrogenação, o que modifica algumas ligas duplas dos ácidos graxos insaturados para uma configuração química chamada de trans. Esta gordura tem sido muito utilizada pela industria alimentícea. O problema é que estes ácidos graxos trans exercem os mesmos efeitos negativos das gorduras saturadas de aumentar o LDL (colestero “ruim”), porém, com a agravante de piorar o HDL (colesterol “bom”).
Óleos de peixe são ricos em um tipo particular de ácidos graxos poli-insaturados, o eicosapentaenóico (EPA) e docasa-hexaenóico (DHA), que devido à posição da dupla ligação são chamados de ômega-3. Esses compostos não são sintetizados pelo organismo, portanto devem ser ingeridos na dieta para obter-se os seus benefícios. As populações que consomem maiores quantidades de óleos de peixes apresentam menor incidência de doenças cardio-vasculares. Este efeito é devido à suas ações em reduzir o LDL e o colesterol total e aumentar o HDL. Tendo por base os resultados de estudos de prevenção, a recomendação é que uma pessoa que não possua doença cardíaca consuma duas refeições de peixe semanalmente.
Ácidos graxos mono-insaturados encontrados em altas quantidades nos óleos de oliva e canola causam menos danos à saude e quando substituem as gorduras saturadas eles diminuem o colesterol total sem diminuir o colesterol "bom" (HDL). Existem evidências que o consumo do ácido graxo que é abundante no óleo de canola, reduz a mortalidade por doença cardiovascular. Recomenda-se que este óleo seja usado para o cozimento dos alimentos, quando necessário, em substituição à margarina, manteiga e outros óleos (exceto oliva).
Outros componentes da dieta podem influenciar positivamente as gorduras do sangue. As fibras solúveis como psyllium e aveia, ligam-se aos ácidos biliares no intestino e produzem um aumento da excreção do colesterol, o que leva a uma pequena redução das concentrações do colesterol "ruim" (LDL). Além desses alimentos, o alho e as nozes produzem uma modesta redução nos níveis de colesterol total.
A combinação destas abordagens nutricionais, associada à restrição de alimentos ricos em gorduras saturadas e colesterol, pode reduzir o colesterol "ruim" (LDL) em até 30%.
Fonte: ABC da saúde